Carta aberta. À minha filha que faz dois anos.

I.,

Escolheste o dia mais bonito do ano para nascer, o que não deixa ao mesmo tempo de ser engraçado. Já contamos a nossa história vezes sem conta e de todas elas eu recordo que dizia durante a gravidez que podia ser em qualquer dia, menos no Natal, e tu - como uma boa menina - jogaste para bingo. Reflectindo sobre isto acho que tem tudo a ver contigo, essa malandrice pegada de quem só gosta de contrariar todas as regras mas que no processo é tão, tão engraçada que ninguém se zanga e até nos rimos. 

Tens dois anos mas em criatividade, imaginação, invenção e inteligência estás a anos luz do teu tamanho. Não há dia que não nos surpreendas com novas conquistas e ideias e és um desafio à segurança (e ao meu coração!). Ao mesmo tempo, és tão querida, tão meiga e tão fofa que te perdoamos tudo. Estás sempre, sempre bem disposta e a rir, tens uma piada imensa e o desafio é muitas vezes ralhar quando nos queremos rir também. 

Desde o Verão até aqui começaste a falar imenso e dizes tudo. És muito observadora e relatas factos que estão a acontecer. Adoras cantar e dançar e imitas tudo o que faz a C. - maior ídolo da tua vida! Já brincas com os brinquedos da mana (a patrulha pata, a Frozen, os lápis e livros de pintar) mas tens o teu maior amigo, companheiro de todas as coisas e inseparável para tudo - o Panda. O grande, o "pinino", a almofada grande, a "pinina". E já dizes a toda a gente que vais fazer dois anos e o bolo é do panda. 

Adoras, adoras, adoras o banho e choras sempre para sair. Como adoras também comer a qualquer hora do dia. Saltitas no colo de todos ao pequeno-almoço para provar todas as opções e pedes sopa a meio da tarde. Falhamos miseravelmente no projecto anti-chocolate antes dos dois anos por isso se o vês a jeito, pumba. Pumba também com qualquer telemóvel que apanhes à vista na esperança de chegares ao youtube e fazeres play num qualquer vídeo do Panda, Masha, Mia, Frozen (o que geralmente consegues!)

Começamos em Setembro as aulas de música e é o dia preferido da semana. Mal acordas começas logo a pedir a S. (a professora) e danças e cantas toda a aula. É um momento muito feliz.

Sabes imensas coisas e estás sempre a descobrir coisas novas. Contas até onze e jogas às escondidas. Conheces os animais todos. Sabes as cores. Sabes que moras no Porto e onde moram os avós. Conheces toda a gente da família e chamas pelo nome (até ao avô, que deixou de ser o "senhor"). Chamas "mana" à C. mas dizes o nome dela de uma maneira muito engraçada. Distingues o toque do "telefone da mãe" do "telefone trabalho mãe" - o que é surpreendente! E acompanhas a cantar e com coreografia uma data de músicas - o que também me surpreende imenso. Também já dizes muito bem como te chamas e quantos anos tens e vais fazer.

És completamente independente e queres fazer tudo sozinha. Geralmente dizes "não ajuda" quando nos dispensas porque tu fazes. Dormes muito bem (à noite e a sesta) e adormeces sozinha. Já deixaste completamente as fraldas (há meses!), salvo de noite e queres comer sozinha grande parte das vezes. 

Estás tão crescida que nem sei explicar como isto aconteceu tão rápido.
Ainda assim continuas a ser o meu bebé pequeno mais fofo da sua mãe e eu sem saber como cabe tanto amor num coração só. Parabéns a nós!

FELIZ NATAL !


Aos que passam e voltam mas sobretudo aos que são de sempre,


UM DOCE, SANTO E FELIZ NATAL A TODOS

Já se sente, não já?

Já há oficialmente aquela energia boa do pré Natal, aquele burburinho do já só faltam quatro ou cinco dias e está mesmo, mesmo quase. A noite de Natal cheia de frio lá fora e quentinho cá dentro. O dia de Natal que começa bem cedo com uma árvore transformada em magia. E tanta coisa boa. Entre elas o meu irmão, que está de volta outra vez (e falta mesmo, mesmo pouco!) e que agora já não é só o meu irmão mas é o tio das minhas filhas e isto traz alegria extra. Estamos quase de férias para poder aproveitar tudo e viver dias bem devagar.

Entre eles, o segundo aniversário da minha filha, que quis que fosse precisamente no dia de Natal e uns parabéns misturados com pinheirinho, pinheirinho de ramos verdinhos (mas ainda agora, uma história gira para contar!). Há festa de Natal e há festa de anos três dias depois - com velas e bolo duas vezes. Cada vez mais a dar valor às coisas importantes da vida - com FAMÍLIA escrito em todos os poros. Pack de quatro - Christmas edition!

Vou mudar de vida e abrir um hotel






Era giro eu dizer agora que é este o hotel que vou abrir mas não corresponde.
Na verdade este é um sítio que há muito tempo tenho imensa curiosidade em visitar (viram bem a piscina?) mas que por uma razão ou outra tem ficado fora dos planos.
Na semana passada estava a dar banho à C. num dia qualquer e ela pediu os óculos de piscina para dar mergulhos na banheira - o que obviamente não foi muito fácil. E percebi que a minha filha está a precisar de ir nadar e matar saudades duma das coisas preferidas: água!

Decidimos aproveitar os meus anos - dentro de dois meses - para irmos passar uns dias fora mas foi com admiração profunda que de lá me disseram que noites ao fim-de-semana só tinham no final de Abril. Haja sucesso!

Naturalmente que não farei ideia o que estaremos a fazer no final de Abril mas pelo sim pelo não fiz a reserva. Daqui até lá talvez me esqueça, que a minha memória não é essas coisas, mas no caso de as três agendas desempenharem correctamente o seu papel e nos lembrarmos efectivamente, é aqui que estaremos três dias, dentro de (aproximadamente!) meio ano. Isso ou mudo de vida e abro um hotel! 


Ora então!

Aos dez de dezembro do ano da graça de 2019,

já terminamos as compras de Natal !!

Que dizer desta lista?
Acho que foi a maior de sempre. Tem umas quarenta entradas e quando digo isto às pessoas acham que o meu raciocínio mental já viu melhores dias. Mas devo dizer em minha defesa que adoro oferecer. Adoro! Por isso não só não me arrependo da absoluta loucura, como nem se quer vou fazer contas à vida. Sei que para cada coisa que comprei tive atenção ao valor e não cometi imoralidades, pelo que o valor final global é alto (que é), mas não por ter perdido a cabeça. Simplesmente porque o meu coração é grande. Venham daí as rabanadas, arroz doce, aletria, tardes à mesa, noites à mesa e quentinho no coração!

Feliz Natal !!

A volta ao mundo em nossa casa

Esta aqui compramos no Lx Factory a um senhor que faz peças maravilhosas a partir de componentes de automóveis;
Esta trouxe o P. da Índia. Dizem que dá sorte.
Os boomerangs vieram da Austrália, foi o P. que trouxe das primeiras vezes que lá foi.
E este camelo? Do Dubai.
O elefante também é da Índia, talvez da segunda vez.
O jarro em papel compramos em Londres.
A placa em madeira que está pendurada veio da China.
O galo de Barcelos Fernando Pessoa compramos em Lisboa há imensos anos.
Este galo sino foi no Porto.
Aqueles quadros dizem de onde são: trouxe o P. de Nova Iorque quando lá vivia perto.

Acho que a nossa coleção é viagens.


A máquina do se

Acho que há uma razão pela qual a série This is us faz (ou fez) tanto sucesso. Conseguir ver num único momento o presente e o futuro, é saber a todo o tempo o que aí vem. A pessoa vê o bebé que acabou de nascer cego, mas na cena seguinte ele é adulto e encheu um estádio com pessoas que o foram ouvir cantar por isso sabemos que teve um final feliz. Ou vê um casal desesperado por engravidar e na cena seguinte dá-se um salto ao futuro e sabemos que um bebé vai acabar por nascer. Ou aquela que parece ser uma história com um futuro maravilhoso está a passar uma crise no momento presente, mas vira a imagem e eles já estão felizes para sempre. Por isso nem se sofre, nem se antecipa, já se sabe o que aí vem. E se esta capacidade era terrível na vida real, também era um super poder gigantesco. As preocupações do dia-a-dia, mais simples ou complexas, eram simplesmente resolvidas só por olharmos pelo buraco da fechadura que nos deixava espreitar o futuro. Não tinha tanta graça, é certo. Era mais ou menos como ler o fim do livro antes de conhecer a história, o que ao nível do spoilerismo é um enorme alerta vermelho. Mas por outro lado, até podia poupar algumas dores de cabeça (ou piorar outras tantas sempre que o futuro não fosse o que desejávamos) Bom, tudo pesado talvez fosse pior do que melhor, mas adiante. 

Não vendo como isto possa ser possível, tinha outra sugestão, que já agora proponho. Em vez de a pessoa espreitar e ver o futuro na cena seguinte, tinha em casa uma máquina do se. A máquina do se servia exactamente para ver o que acontecia se eu decidisse assim, ou se decidisse assado. Ali, as opções todas em aberto, o futuro de uma maneira ou de outra, que só dependia da escolha que eu fazia naquele momento. 

Para testar a invenção dou-me já como cobaia, só porque sou muita amiga, e queria muito saber como será se na primária deixarmos a C. na escola em que está e como será se a mudarmos para outra escola. É que queria muito conseguir decidir mas sem máquina do se está muito difícil! Pode ser, vamos lá?

É a minha vez? Obrigada

No último resumo destes encontros percebi pela descrição que a participação que tive foi totalmente vazia de conteúdo. Como se isso já não fosse mau, o que disse nem se quer transmitiu a minha verdadeira opinião sobre o tema. Sim, claro que há ali uma pancada. Mas isso não significa nada. Olhando para ali gostava de ter dito mais alguma coisa. Também por isso, hoje antes da minha intervenção vou contar uma pequena história. 
Quando eu era pequena falava de mais. Não no sentido de dizer o que não devia, mas no excesso. Não conseguia estar calada. O facto era tão evidente que nas viagens de sete ou oito horas que às vezes fazíamos nas férias com vários amigos, os meus pais negociavam a minha passagem para outros carros a ver se havia sossego só um bocadinho enquanto eu ia à boleia com outros.
Era um traço da minha personalidade que a vida fez questão de resolver quando, no início do quinto ano, me deu um murro na auto-estima. Nessa altura percebi que talvez eu não fosse tão maravilhosa quando aquilo que achei até aos dez anos e se calhar devia passar mais despercebida. Nessa altura comecei a falar menos, mas muito, muito depressa, com a consciência de que assim reduziria o tempo que os outros estavam expostos a mim e os aborrecia menos. Ainda hoje acontece, se estiver a falar para públicos maiores por exemplo. Comecei também a achar que a minha opinião por princípio, não sendo especialmente importante, podia ser facilmente dispensada. E por isso ainda hoje acontece estar em círculos de conversa onde não falo, porque não acho que tenha alguma coisa importante para dizer, nem acho que os outros tenham grande interesse em ouvir. No fundo sei que isto tem um efeito secundário um pouco negativo, mas foi um traço que ficou (e a psicologia de certeza que explica) e uma forma de me proteger da crítica (ou do gozo). Mas neste contexto o efeito foi bastante visível e traduziu-se num resumo com rosto e forma, com uma opinião desinteressante, sem conteúdo - o tal efeito secundário. Por isso para futuro não digo que sou uma pessoa cheia de interesse ou fascínio, mas certamente melhor que "ela tinha uma pancada" e vou fazer um esforço para contrariar a tendência natural do silêncio e dar opiniões mais robustas. No entretanto, espero que aguentem!

Uma nova vida no projecto das fotografias

Ainda preciso de fazer totalmente as pazes com a ideia, mas o projecto de fotografia as we know it chegou ao fim. Dito desta forma parece triste e deprimente e o fim de uma era; mas por outro lado vai dar origem a um outro pelo que a fotografia não morre.

Como já aqui disse um milhão e trezentas mil vezes, o projecto fotografia do mês consiste em tirar todas as fotografias que se quiser durante um determinado mês; organizar tudo no último dia; selecionar as preferidas; imprimir; e colar no álbum. Está associado a um mês porque começou quando a C. nasceu, em que fazíamos a "foto do mês" com um quadro das conquistas, peso e altura e que resultou numa moldura com doze fotografias maravilhosas. Depois do primeiro ano continuei sempre a guardar e arquivar as fotografias dela por mês - até aos três anos. Desde os três tento que o arquivo não passe muito além dos três meses, caso contrário fica um caos esta organização. Por isso a C. tem até aos três anos fotografias arquivadas por mês e ano (todas nos respectivos álbuns) e a partir dos três fotos arquivadas por trimestre e ano. A I., que tem quase dois, teve até esta altura todas as fotografias guardadas e arquivadas por mês e ano mas o processo tem sido mais difícil. Não por ela ser a segunda filha (que eu sei que em algumas coisas facilitamos), mas porque toda a ideia das fotografias do mês era ter imagens delas, a fazer as coisas delas, individualmente consideradas no mundo como os seres maravilhosos que são; e com a I. isso é muito difícil porque geralmente a C. está em todas as fotos- Portanto aquilo que é o álbum da I., é na verdade o album da I. e da C. Esta constatação fez-me perceber que não vale a pena continuar a arrumar fotografias em pastas que se chamam pelos nomes delas, porque o que temos agora 95% do tempo são na verdade, não fotos da C. ou da I., mas fotos de família. E por isso, vou acabar aqui com os álbuns delas e inaugurar oficialmente, a 1 de Janeiro de 2020, o álbum da família. 

O senão desta decisão é que olhando para a colecção, tenho 3 álbuns chamados C. (Outubro 2014 a Outubro 2015; Outubro 2015 a Outubro 2016; Outubro 2016 a Dezembro 2017) e tenho dois chamados I. (Dezembro 2017 a Dezembro 2018 e Dezembro 2018 a Dezembro 2019). E isto não mata mas moí aqui qualquer coisinha. Sendo no entanto realista, não faz sentido fazer um terceiro álbum I. a fazer de conta que é dela, quando o que temos é todo um conjunto de fotografias de família. 

Para suportar em grande esta nova etapa das fotos, comprei um álbum de 500 fotografias, que certamente servirá Janeiro 2020 a Dezembro 2021 (o que foi também bom porque a Tuc Tuc - marca de todos os outros - já não tem nova coleção e eu já os tenho a todos).

Três testamentos por isso para justificar a minha decisão de dar menos um álbum à minha filha mais nova do que à mais velha - com o apoio do pai que lembrou que no tempo da C., era só ela. E agora somos um pack de quatro. Está tudo bem!


Agora sim!

Digo às vezes por brincadeira que desde que viemos viver para o Porto, me apetece mais vezes francesinha do que sushi. A verdade é que era algo que só comíamos uma ou duas vezes por Verão e agora que aqui estamos, quer aqui, quer na praia, comemos com muito mais frequência. O que é péssimo porque aquilo é mau; mas óptimo, porque é muito bom!

Numa destas últimas semanas, uns amigos de Lisboa disseram que vinham jantar no dia seguinte, juntou-se mais um casal (e nós) e decidimos fazer em casa precisamente francesinha! 100% caseira, do molho às batatas. 
Pese embora toda a gente tenha limpo o prato, não foi obviamente a melhor que já comemos, mas a boa notícia é que também não foi a pior. Numa avaliação justa, é seguro dizer que estava razoável. 

Mas a parte mais de salientar é que conseguimos fazer em casa francesinha. Estou super orgulhosa! Primeiro foi a feijoada, o arroz de pato, o pão; depois as compotas e marmelada. E agora faço francesinhas (sendo que ficou já em pré reserva um jantar a seguir ao Natal). Não fosse o caso de não adorarmos o Porto, quase que já podia dizer que era tripeira!


E muita fome depois desta foto!

Bitch!

Aviso à navegação!

Depois de ter marcado as férias para o ano inteiro algures em Abril ou Maio, apercebi-me há dias que, nem sabendo bem como, estou off a partir do dia 19 de Dezembro de 2019 (inclusive) até ao dia 6 de Janeiro de 2020!
Yeah!!