We will always have Lisbon
À altura em que publico este post já deixei a minha casa.
Deixar uma coisa nossa é sempre triste, esta ainda mais.
Convém esclarecer que foi uma decisão racional e ponderada. Quisemos fazer isso, deixar a nossa casa, rumar a norte, começar de novo - bom, não exactamente de novo, mas sem dúvida um novo recomeço.
Estou entusiasmada com a foz e o Douro, com Serralves, Casa da Música, Ribeira, Aliados, Baixa. Estamos entusiasmados com tudo mas vou ter saudades.
Da nossa casa.
A nossa sala que evoluiu e tem um canto de brinquedos e um parque de estacionamento de um cavalinho, um triciclo e um carro.
A nossa cozinha onde cabe uma sala de estar, onde cozinhamos tantos jantares e bebemos tantos cafés e copos, tantas vezes com amigos, que por razões que não se explicam se reunem ali, na nossa rotunda-mesa.
Da nossa zona.
Vivemos num parque - cidade, com mercearia, supermercado, frutaria, farmácia, talho. Onde todos nos conhecem e conhecemos toda a gente, onde nos tratam pelo nome. Um bairro onde nos esquecemos que é Capital, que é tão seguro, tão simpático, tão exactamente aquilo que queriamos. Gostávamos de levar o parque das Nações numa caixa e desencaixotá-lo no Porto. Esta vai custar.
Da cidade.
Vim contrariada mas gostei muito de aqui viver. Foram quatro anos muito felizes, cheios, ricos. Teremos sempre Lisboa e isso só pode ser bom.