We will always have Lisbon

À altura em que publico este post já deixei a minha casa.
Deixar uma coisa nossa é sempre triste, esta ainda mais.
Convém esclarecer que foi uma decisão racional e ponderada. Quisemos fazer isso, deixar a nossa casa, rumar a norte, começar de novo - bom, não exactamente de novo, mas sem dúvida um novo recomeço.
Estou entusiasmada com a foz e o Douro, com Serralves, Casa da Música, Ribeira, Aliados, Baixa. Estamos entusiasmados com tudo mas vou ter saudades.

Da nossa casa.
A nossa sala que evoluiu e tem um canto de brinquedos e um parque de estacionamento de um cavalinho, um triciclo e um carro.
A nossa cozinha onde cabe uma sala de estar, onde cozinhamos tantos jantares e bebemos tantos cafés e copos, tantas vezes com amigos, que por razões que não se explicam se reunem ali, na nossa rotunda-mesa.

Da nossa zona.
Vivemos num parque - cidade, com mercearia, supermercado, frutaria, farmácia, talho. Onde todos nos conhecem e conhecemos toda a gente, onde nos tratam pelo nome. Um bairro onde nos esquecemos que é Capital, que é tão seguro, tão simpático, tão exactamente aquilo que queriamos. Gostávamos de levar o parque das Nações numa caixa e desencaixotá-lo no Porto. Esta vai custar.

Da cidade.
Vim contrariada mas gostei muito de aqui viver. Foram quatro anos muito felizes, cheios, ricos. Teremos sempre Lisboa e isso só pode ser bom.

Ponto de situação

Há caixas, caixotes, sacos, saquinhos, tralha, armários vazios, bastante confusão mas, nem sei bem como, tudo na mesma.
É oficial, falta menos de uma semana.

Teletrabalho

Há algum tempo a esta parte que não saio de casa sem maquilhagem. Uma coisa muito simples, mesmo, mas que gosto de acreditar faz a diferença. Um bb cream ou base, corretor / iluminador, pó, blush, lápis de olhos e ocasionalmente sombra, rimel e baton.

A excepção é às vezes o domingo, dia em que tipicamente estamos mais por casa e sofá e em que ponho deliberadamente de lado a maquilhagem para a pele respirar.

Isto dito, fiquei ontem em regime de teletrabalho - que, deixem-me só dizer isto, faz com os meus dias de trabalho sejam imensamente mais longos - e como me sentei a trabalhar ainda nem tinha bem acordado, acabei por não me maquilhar.

Que grande, maravilhosa e fenomenal vantagem vejo eu no teletrabalho, para além de todas aquelas já sobejamente conhecidas? Não tenho de me desmaquilhar ao final do dia!

Mesmo pondo maquilhagem todos os dias e já levando algum tempo disto, não me consigo habituar ao ritual de tirar tudo. Não estou verdadeiramente convencida com nenhum produto, tónico, gel, espuma, toalhita. Acho sempre que fica mal tirada e a cara cheia de brilhos estranhos. Portanto, não usar maquilhagem tem essa coisa boa de não ter de a tirar, o que, parecendo que não, é mesmo uma grande coisa. E isto, parecendo igualmente que não, tem tudo a ver com teletrabalho.

Notas a reter

Fez um ano que regressei ao trabalho, depois de estar de licença de maternidade cinco meses.

Notas a reter:

Cinco meses passam estupidamente rápido e este ano depois disso voou. Numa próxima gravidez vou pensar à séria na licença alargada (cinco mais três).


Chegar a casa ao final da tarde continua a ser o momento mais alto do meu dia.

Mas é verdade que com o passar do tempo vai custando menos.

Ainda não encontrei rotinas de escrita, no entanto mantenho essa esperança.

Tenho sempre mais sono do que o que gostaria.

Passei um fim-de-semana longe da minha filha, em Praga, mas não equaciono de forma alguma, estar ausente mais tempo do que isso (uma semana fora? Nem pensar!)

A maternidade faz-me muito, muito feliz. Todos os dias, sem excepção. Este ano foi só um pequeno exemplo disso.