Foram tempos
Andei a explorar o blog, desde o início, à procura de um post que não encontrava de outra forma mas sabia que tinha escrito e, às tantas, já perdida em tanto texto, percebo que este diário da vida adulta se converteu num diário literário. E que é uma pena. Há mil coisas de que já não me lembro, que aconteceram de 2012 a 2016 / 17.. e é compreensível porque em 2012 estava a deixar o meu trabalho e a mudar para outro, por isso houve ali alguns meses que tinha mais tempo, apesar dos preparativos para o casamento que aconteceu esse ano. Depois em 2013 e grande parte de 2014 não tinha crianças e havia TANTO tempo na minha vida, se eu soubesse...! De 2014 a 2017 fui fazendo cada vez menos posts, mas tendo cada vez mais coisas, nomeadamente filhas. E os últimos então, o deserto da escrita no blog.
É uma pena porque me esqueço do que faço com muita frequência e já não consigo recuperar. Por exemplo, deixei de ver televisão para conseguir ler; mas não sei o que posso cortar para conseguir escrever.. de resto, este é O grande reflexo de ter três crianças e um trabalho a tempo inteiro (sem empregada a tempo inteiro): a planificação das coisas faz-se em cima do joelho.. não consigo antecipar nada porque estou a tratar de mil outras coisas. Era preciso uma assistente a tempo inteiro para gerir esta família, sendo que eu própria gostava de ser essa assistente, se não adorasse o meu trabalho. A conclusão é que me deveria ter mantido no trabalho que detestava para ser menos difícil despedir-me e dedicar-me 100% à família, casa, agenda. Agora, gostando muito do que faço, tornou-me ainda mais difícil esse passo. Mas é possível que chegue uma altura em que as coisas todas não sejam compatíveis porque efetivamente:
- planeava uma festa de outubro, em agosto; agora planeio uma festa dia 10, no dia 8 imediatamente anterior;
- comprava uma prenda para um evento 1 mês antes; na véspera geralmente ainda não tenho prenda;
- havia muita coisa que sabia de cabeça; se não escrever em quatro sítios, é certo que me esqueço.
Tudo isto vezes três filhas, vezes uma casa, vezes eu própria, o P.. quando é que escrevo? Fácil, nunca. Tanto aqui como no resto, aliás. Incluindo o meu santo livro, que avançou 150 páginas na pandemia e agora.. ganhou teias de aranha!
Pelo caminho, no entanto, publiquei um outro livro. Tenho mesmo de falar disso.. quando? um destes dias!
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