Dia P de Parabéns. E de parto!

 Uma amiga dizia-me que dos 365 dias do ano, a nossa pontaria é infalível. Pois que temos uma filha nascida no dia 25 de dezembro. E outra no nosso aniversário de casamento. Somos os maiores! E sim, rufem os tambores, baby girl já nasceu!

Aconteceu uma coisa engraçada nesta gravidez (e digo engraçada porque já passaram três semanas do nascimento, claro!). Desde as 34 ou 35 semanas que achávamos que o parto estava iminente, a qualquer hora. Não só eu estava enorme, como me arrastava, como todas as pessoas me diziam que tinha os lábios não sei quê, cara não sei que mais. Na consulta das 37 a médica do hospital disse que não valia a pena marcar porque ela ia nascer antes das 40. E fui-me mentalizando para isto. Ir a algum lado sem águas rebentarem era um sucesso. Cada dia mais um dia, olha boa, não foi hoje. Até que chegamos às 39, coisa que não aconteceu com nenhuma das outras duas (38 e 8 dias e 38 certas). 

A consulta das 39 era precisamente no dia em que fazíamos 10 anos de casados. Algo que o ano passada achamos que estaríamos a comemorar com mega festa e grande viagem. Dias antes não sabíamos se quer onde íamos jantar, por isso até calhou bem a comida do hospital!

Fui vista de manhã e a médica disse para ficar. Já tinha alguma dilatação, a bebé estava grande, havia algumas contrações. Vamos dar entrada ao parto. Aquele "oh meu Deus" outra vez de quem vai ter um bebé!

Tudo calmo e tranquilo na "sala da dilatação" até uma enfermeira ter feito um toque e se ter acelerado todo um processo, com tantas, tantas contrações que mal deu para epidural. Entre isto e nascimento, passaram duas ou três horas. Rebentamento de águas, não recomendo.

Depois da epidural volta aquela calma e tranquilidade de quem não tem dores, já na sala de partos, toda uma equipa a postos, onde está a minha médica mas também a nossa pediatra, uma sorte! Enfermeiras supero queridas, mais duas obstetras da equipa e sinto-me realmente acompanhada e apoiada.

A enfermeira manda-me fazer força e sinto toda a responsabilidade do mundo em mim - mesmo a tempo de dizer que o quarto filho vai ser de cesariana - mas dizem-me que quem faz o trabalho são elas (o P. diz que é o pai!). Foi tudo sem dor mas com esforço mas um parto santo. Sinto que ela saiu e ouvimos o som mais bonito que existe, um bebé e berrar porque acaba de nascer. Choro desalmadamente. Foi uma gravidez com alguma ansiedade e agora a minha filha está a chorar no meu colo, o meu bebé maravilhoso, a mais gordinha das três, a minha bolinha. Ficamos no pele com pele, depois na amamentação e as coisas são tão naturais e tão boas. Tenho mais um coração fora do peito, que é cor de rosa e cheira a bebé. O meu bebé.

Voltamos para casa ao fim de duas noites, para as duas manas, que estão malucas e ansiosas (a C. até se emocionou na vídeo chamada que fizemos no dia do nascimento) e somos - como assim?! - um pack de cinco feliz para sempre!

Romance de Verão

Ora aqui está o livro que faltava a 2022! Que maravilha do princípio ao fim!
É uma comédia romântica daquelas melosas, fofas, amorosas, um filme de sábado à tarde enroladinho no sofá mas em modo livro (tão melhor!). Deu-me mesmo quentinho no coração e adorei ler. Vai para a lista dos preferidos do ano, assim, sem vergonha, romântica me confesso!


 


amote

 Este post foi escrito em 2020 mas é o mais actual do blog. Posto isto:


amote

Conhecemo-nos em 2000 mas ainda estamos convencidos que vivemos a passagem do milénio juntos. Eu digo que foi aí em Março, ele jura que já era verão. Havia telemóveis mas os sms tinham limite de caracteres e eram pagos e os modems faziam um barulho imenso para nos ligar à net, o que só acontecia depois das 21.00 h., se ninguém estivesse ao telefone em casa, porque era mais barato. Estávamos longe de imaginar os smartphones e mundos na mão e como o tempo da altura o nosso encontro foi calmo, simples, descomplicado, inesperado. Eu procurava uma coisa qualquer e encontrei afinal aquilo que sempre tinha procurado. Era uma romântica a sonhar com finais felizes, marido e filhos. Não havia muito tempo tinha sido entrevistada para um jornal local sobre "como me imaginava aos trinta" e já aí imaginava essa vida tranquila e boa, com a família como a coisa mais importante. Desde que nos conhecemos, e já lá vão vinte anos, nunca mais nos largamos, mesmo que com um intervalo pelo meio. Hoje sei que as coisas aconteceram exactamente como tinham de acontecer e "não acreditando no destino, acredito que nada acontece por acaso." Foi uma sorte o que nos aconteceu, uma coincidência feliz que não pode ter sido coincidência mas que a ciência não explica. A probabilidade de duas pessoas se encontrarem nas circunstâncias em que nos encontramos é tão infinitamente reduzida que só podia dar certo.
O P. sou eu do outro lado. A outra metade. Não existo já eu sem ele. É o meu equilíbrio, o meu meio, razão e coração. O resto da frase, o fim do pensamento. Os meus pés na terra e todos os sonhos. Falto se ele me falta, não sou tão eu. E se ele não está, não está ninguém. Dizem-me, é normal, estás há muitos anos com o teu marido, e eu fico tão cheia de orgulho, tão vaidosa, tão feliz por lhe chamar o meu marido. Somos os mesmos dois miúdos de há vinte anos atrás mas agora ele é o meu marido e isto ainda me faz sorrir (dez anos depois), meia adolescente que ainda não cresceu e sonha um dia com esta sorte. Somos os mesmos dois miúdos mas montamos uma fortaleza, um reino encantado de música, risos e amor a que chamamos Família. Criamos a coisa mais importante do mundo, produzimos o bem mais precioso, a nossa maior riqueza, sem dúvida o melhor de nós. Éramos uma pessoa e agora somos uma pessoa maior, mais completa, mais feliz. Multiplicamo-nos em diamantes. Somos um abraço de gente, onde não se sabe onde começo eu e acaba ele, porque somos nós; nós somos a razão porque amote se devia escrever sem hífen porque não há mais espaço quando tudo é amor.

Chuva miúda

Foi uma leitura totalmente inesperada que durou uma tarde de domingo e mais dois bocados de noite. Está escrito de uma assentada, como se tivesse começado a escrever e nunca mais tivesse parado. É uma aparentemente normal história de família mas revela-se pesado, ali a precisar de uns dias para processar. Ainda assim foi uma surpresa, não era a história nem a escrita que estava à espera.

Dá para perceber que ainda estou a processar, certo?...




A sociedade literária da tarte de casca de batata

Comecei a ler há meses infinitos mas não me puxou absolutamente nada. Foi ficando. Quando acabava algum outro, pelo meio metia duas ou três páginas destes, mas só até começar mais um. Não me disse nada. O formato da escrita, todo em cartas, não ajudou imenso - embora seja aparentemente um grande livro. Fui arrastando, arrastando mas não gosto de deixar livros a meio e na semana passada lá acabou. Acho que só gostei verdadeiramente das últimas vinte páginas mas certamente o defeito foi meu. Ainda assim, contente que já tenha passado (o que é estranho, eu sei..!)