Até sempre Lisboa
Já aqui disse isto um par de vezes, não queria ter ido viver para Lisboa. Fui contrariada. Passaram quatro anos e assumo, custou-me vir embora. Fazer malas, sacos e caixotes foi um processo doloroso. Deixar a casa também. Antes de sairmos dizia à C. para dizer adeus à nossa casa e vê-la assim, tão feliz, a abanar a mão e dizer "xà, xá" por todo o lado, foi coisinha para me partir o coração. Não queria chorar. Fomos nós que quisemos assim.
Às três da manhã publicava uma fotografia no Instagram com todos os amigos marcados.
A amizade é para sempre. Sem tempo e sem lugar.
As respostas fizeram-me chorar à séria e não sei se já disse mas não queria chorar.
Há todo um mundo novo no dia seguinte.
Não consigo por em texto tudo o que Lisboa foi para nós.
Mas foi onde o P. me pediu em casamento, onde a amizade teve um significado tão especial. Onde soube que estava grávida. Onde vimos nascer os filhos dos nossos amigos. Onde fomos a tantos casamentos. Onde a minha filha cresceu o primeiro ano e meio, tão feliz. Onde fomos nós tão felizes.
Também onde nos iniciamos nesta coisa dos brunchs. E do sushi. E dos mercados. E do gin. Onde fomos a restaurantes maravilhosos, onde conhecemos sítios perfeitos, aonde vamos querer sempre voltar.
Sou saudosista e árvore e não gosto de mudanças (o P. chama-me Velho do Restelo). Espero desta tudo de bom, nem podia ser de outra maneira, mas a bitola é alta. Não vou voltar a este tema - já sei, já chega - mas obrigada e até sempre, Lisboa.
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