Das pessoas que nos viram nascer
As pessoas que nos conhecem desde sempre, aquelas que nos viram nascer, nos mudaram fraldas e estiveram presentes desde o primeiro dia, tendo-nos acompanhado na fase em que somos absolutamente dependentes de terceiros, têm uma enorme dificuldade em perceber que crescemos. Mesmo quando já somos casadas e mães de filhos (parêntesis só para assinalar que é mesmo giro poder dizer "mãe de filhos" referindo-me a mim própria).
Para elas, essas pessoas, havemos de ser sempre crianças dependentes, com dificuldades nas coisas mais básicas e sempre necessitadas de auxílio. Talvez não cresçamos, qual Peter Pan, ou tenham simplesmente dificuldade em admitir que crescemos efectivamente e que o tempo passa para todos.
Em casa dos meus pais trabalha há trinta anos uma dessas pessoas.
Viu-nos nascer, criou-nos e está na nossa família desde sempre. Para ela, eu não cresci. Mesmo que me veja por cá com uma bebé que é minha, continuo para sempre criança.
Ontem este sentimento foi evidente e manifesto quando estava a preparar o jantar. Comecei por fazer puré de batata e foi com alguma graça que vi essa mesma pessoa à minha volta a dizer-me que agora tinha de ligar o fogão, agora pôr sal, depois lavar bem as batatas. E ter cuidado para não me queimar na água a ferver ou cortar com a faca de descascar.
Se calhar é mesmo assim que olhamos para os filhos, como eternos bebés pequeninos que precisam desesperadamente de nós. Sobre isto podemos falar dentro de dezoito a vinte anos, mas assim de repente tenho para mim que precisamos mais nós deles do que o contrário.
Para elas, essas pessoas, havemos de ser sempre crianças dependentes, com dificuldades nas coisas mais básicas e sempre necessitadas de auxílio. Talvez não cresçamos, qual Peter Pan, ou tenham simplesmente dificuldade em admitir que crescemos efectivamente e que o tempo passa para todos.
Em casa dos meus pais trabalha há trinta anos uma dessas pessoas.
Viu-nos nascer, criou-nos e está na nossa família desde sempre. Para ela, eu não cresci. Mesmo que me veja por cá com uma bebé que é minha, continuo para sempre criança.
Ontem este sentimento foi evidente e manifesto quando estava a preparar o jantar. Comecei por fazer puré de batata e foi com alguma graça que vi essa mesma pessoa à minha volta a dizer-me que agora tinha de ligar o fogão, agora pôr sal, depois lavar bem as batatas. E ter cuidado para não me queimar na água a ferver ou cortar com a faca de descascar.
Se calhar é mesmo assim que olhamos para os filhos, como eternos bebés pequeninos que precisam desesperadamente de nós. Sobre isto podemos falar dentro de dezoito a vinte anos, mas assim de repente tenho para mim que precisamos mais nós deles do que o contrário.