Crónica dos bons malandros



"E eles eram doidos clandestinos e viajavam no mundo doidamente sem carta de doidos.
Então? Vamos?.. perguntou ainda Renato. Iriam. Estava combinado."

In 5, 4, 3.. !

Estamos em countdown!

A culpa foi da Kiko!


Sábado de comprinhas motivadas pelos saldos. 
Uma Kiko em saldos aliada às minhas necessidades e eis o resultado final.


Sunproof cream foundation - 102 medium
(Ou Sunproof powder foundation - 202 medium)


Nail lacquer - 389


Long lasting lipstick - 01


Vivid eyes kajal and eyeliner - 02




We live in a pink world, don't we?




Bom dia, bom dia, bom dia!

Sexta-feira, melhor dia da semana, desta vez a concorrer de perto com a quinta. Se não, vejamos. Marcamos uma viagem que, não sendo para nós, nos deixa tão feliz como se fosse; juntamos os tios para ir visitar a sobrinha do coração; fomos dormir e quando acordamos, era sexta-feira. Perfeito, portanto.

Principiozinho de manhã de meninas, com sessão de cabelos (já cá voltamos) e avista-se uma saída a horas decentes, rumo ao norte mais ao centro. Há planos de jantar de todos amanhã e assim se fazem os dias duas semanas antes das férias!

Passamos a manhã a chá frio, que está de volta e é uma maravilha. Ginásio à hora de almoço e saída fora de horas. Nestes dias em que o caos está instalado, organização é a palavra de ordem. O dia começa com o estabelecer de prioridades e cumprir com o estabelecido é o grande objectivo de todos os dias, que se fazem assim, um de cada vez. Continuo a contar as horas para o princípio da noite e vou perdendo a esperança no final da tarde. Os registos de tempo acusam entre onze a doze horas e há todo um código que grita dentro da minha cabeça esta lei que sei de cor.
Concentro-me no que é importante e vale a pena: vai estando sol, amanhã vamos visitar a nossa M., o P. é de longe o melhor marido do mundo, estive o fim-de-semana no ninho, sou mais forte do que me parece e faltam duas semanas para as férias.


Quem avisa... !


L'Oréal


De volta às origens



Baptismo de mergulho ou a near death experience

Sábado, 6 de Julho de 2013
09.30 h
Portinho da Arrábida
Setúbal, Portugal

A ideia era boa: baptismo de mergulho como forma de celebração de um ano de casados. A iniciativa foi minha, que ingenuamente acreditei que só podia ser em grande. Não foi.

Breve explicação sobre os procedimentos. Qualquer coisa sobre pesos à volta da cintura, válvula para encher e esvaziar o colete. Polegar para cima significa "tirem-me daqui" e não "está tudo bem." Debaixo de àgua há pressão, qualquer coisa como "descompensar os ouvidos com o nariz" (what?!). Mergulho for dummies e siga vestir o fato. Um à parte para dizer que abri dois dedos a puxar o dito e que as feridas ainda cá estão a recordar.

Ok, tudo certo. Carrega material, entra no barco. Eu a ver um peso bruto de tralha e a pensar como é que algum dia eu havia de conseguir arcar com aquela tonelada (não esquecer os meus braçinhos de papel) mas tudo em paz. Viagem mar fora, qual quê de começar junto à costa, e quando já tínhamos saído da zona económica exclusiva de Portugal acharam por bem parar. Baixar âncora e parar.

Primeiro passo: cuspir para a máscara. Ora bem, eu sou um homem em vários aspectos, não me interpretem mal. Mas não me peçam para cuspir, que sou menina para ter um ataque. Pior que florzinha. Vai daí que me valeu o homem, benz'a Deus, mas não entremos em pormenores.

Passo seguinte: montar em nós todo o equipamento. Começa por um capuz que vem dar ao pescoço e é um sufoco. Depois cinto de pesos, literalmente. Depois mochila com garrafa, "que não é bilha porque bilha é - tapa os ouvidos, dizem-me - o rabo das mulheres", barbatanas, óculos, a tal da máscara, depois sentar na beira do barco, um, dois, três, deixar cair para trás.

Primeira dificuldade: o peso. Esta parafernália de coisas pesa desalmadamente e eu, que não sou propriamente pequena, franzina ou fracota, vi-me aflita para o suportar.

Ainda assim, o grande, enorme, gigante problema foi respirar com a máscara. Mas que ideia peregrina é essa de respirar pela boca? Não gosto! E não sei, sobretudo. Nos minutos que nos deram para estar ali à tona em habituação ao campo e ao fato, não consegui respirar convenientemente e passei o tempo a aldrabar. Nem me venham com pendências na respiração e que é igual e o diabo a sete porque respirar é pelo nariz e acabou.

Adiante.
As enormes dificuldades respiratórias e a aldrabice constante a tirar a máscara e o tubo começaram a deixar antever que o mergulho em si não seria grande empreitada. Está bom de ver que a regra número um é "não tirar o  tubo" já que sem ele, basicamente apenas duramos o tempo em que aguentarmos a suster a respiração.

À parte deste pormenor, a preparação para a descida começa por carregar num botão da válvula de ar para o colete emagrecer enquanto que o peso bruto do equipamento e cinto de pesos nos fazem descer. A ideia é boa, juro.

Passou-se no entanto que, por má execução do processo respirar, faltou-me em absoluto o ar e executei uma dessas cenas de filmes de terror: entrei em pânico, comecei a esbracejar, a mexer tudo e - ideia brilhante! - a arrancar de mim a máscara, os óculos e - golpe de génio! - o tubo da respiração. Não me lembro de apanhar um susto tão grande na água. Foi um momento de desespero em que pensei que serviria de comida aos peixes. Dizem que ali há polvos, está-se mesmo a ver. Uma experiência péssima que só terminou quando os dois amigos companheiros de mergulho me agarraram, puxaram para a superfície e gentilmente me carregaram mar fora até ao barco, sob a minha respiração ofegante (curiosamente nesta fase, pela boca) em busca de um bocadinho de ar. Me-do.

Recuperada do susto (mentira, mas foi necessário fazer de conta), fui obrigada a uma segunda tentativa, mais perto do barco (naturalmente que apenas para conforto dos dois amigos que por esta altura me tinham em primeiro lugar da lista negra), desta vez em baby steps. Na prática isto apenas quer dizer que avançamos ligeiramente mais devagar. Não quer dizer, para mal dos meus pecados, que tivéssemos avançado para a costa, nada disso. Ficou tudo exactamente no mesmo sítio, só com o barco mais à mão e só mais devagar.

Nesta fase dois o amigo companheiro já não me podia ver, pois todo um mundo acontecia debaixo de água e eu ali a atrapalhar. A sua incursão no meu baptismo de mergulho limitou-se por isso a agarrar-me os braços e vamos embora, tendo desistido à minha segunda investida de polegar para cima "tirem-me daqui." Percebi neste momento o conceito da "compensação com o nariz da pressão dos ouvidos" percebendo igualmente que devia ter estado mais atenta na parte da formação. Pois bem, terminada a brincadeira, içada para dentro do barco  e estou baptizada.

Enquanto isso, senhor meu marido passeava alegremente debaixo das águas puras e cristalinas do oceano atlântico, contentinho da vida, desconhecendo por completo o meu face to face com a morte por afogamento (que é rápida e silenciosa - lembram-se do urso afogado? Aquilo foi coisa para me marcar a infância). Dentro do barco o meu novo amigo ia comentando que ali estavam eles, os mergulhadores fortes e destemidos, e não pequenos ratos como eu, a cinco metros, a oito metros, a não sei quantos metros.

O que importa realmente é que o homem gostou, que eu nestas coisas sou muito democrática e amigo não empata amigo. E que eu sobrevivi para contar. Mas a partir de agora, mergulhos só na banheira!


Desejos de Verão


Óleo divino da Caudalie.
 Se mais não fosse, pelo nome. É obrigatoriamente maravilhoso sob pena de publicidade enganosa. Desejo já com um ano de validade, não andasse eu entretida com o Boticário mas que do verão não passa. Plenamente justificado no entanto, atento o amor aos óleos.



Base compacta.
Há uma certa curiosidade em saber se será mais leve do que a líquida mas com mais capacidade de cobertura do que o bb cream. De resto, nunca experimentei e há coisas em que se é mulher e basta.


Maquilhagem em geral.
Isto é mais invenção do que outra coisa e quem me conhece está mesmo a ver o filme. É meter uma coisinha assim na cabeça e oh de a tirar de lá para fora! São coisas que se me dão e não há nada a fazer. 


Uma barriga perfeita.
É o chamado "querias!.."













Só para que não fiques demasiado confortável

Volta aquela sensação de nervoso pequenino quando o telefone toca com início em 21. A ideia de que tudo está outra vez em aberto, que este poderá muito bem ser o dia. De volta está sobretudo a esperança, sem que isto seja exactamente uma coisa boa porque quanto maior é a subida, maior é a queda. Somos talhados desta fibra sem que nada possa ser feito em sentido contrário. Acreditamos porque sim, foi assim que nos ensinaram. Estou feliz por ter tentado mas dou por mim a sonhar com o ter acontecido. E se..? Conscientemente é absolutamente impossível mas em mim, o sonho comanda a vida.

1,2,3 já está!

And now you wait.

Hoje

Hoje é dia de ter esperança, de acreditar, de ter força de vontade, de seguir em frente com esta ideia, de fazer o que digo, de pôr em prática. Hoje é dia de ser forte, de não ser comodista, de comer coragem aos quilos. E de torcer, torcer para que aconteça porque afinal a sorte também faz parte da vida.



Em retrospectiva, talvez tenha sido um bocadinho exagerado

Resumo de uma ida aos saldos:


Da esquerda para a direita:

Fila de cima:

1. Vestido branco com parte de cima coral - Mango
2. Vestido azul turquesa e branco - Mango
3. Vestido cai-cai coral - Mango
4. Vestido azul turquesa e beige - Mango
5. Vestido preto e estampado - Lefties

Fila do meio:

1. Top preto - Mango
2. Saia de praia - Lefties
3. Bolsa azul azulão - Lefties
4. Sandálias prateadas - Parfois
5. Colar - Lefties
6. Sapatilhas - Reebok

Fila de baixo:

1. Sandálias - Lefties
2. Calções - Reebok

Happy spring!



Friday

Os sábados de manhã são uma altura perfeita da semana. Tenho todo o tempo do mundo. Acordo cedo para aproveitar, preguiço no sofá, tomo um café comprido e o banho dura uma vida. Consigo usar todos os esfoliantes, cremes e tónicos que a semana não permite. Posso usar o meu óleo preferido ou qualquer hidratante. A roupa é escolhida com calma, há tempo de pulseiras, anéis ou colares. Mudo de bolsa. Posso sair para as unhas, para a praça ou esplanar. A manhã de sábado dura para sempre.

A sexta-feira também.


...


Chegou finalmente aquela altura do ano em que as saias voltam a ocupar as cruzetas mais rodadas, os tops ocupam os lugares cimeiros da gaveta e o vestidos são uma constante alegria. Os sapatos fechados foram definitivamente substituídos pelas sandálias abertas, há pele à vista, cheira a creme e faltam cinco semanas para as férias. Os dias fazem-se com um copo ao início da noite, os fins-de-semana com passeios à beira rio. Mudar de casa foi das melhores ideias que tivemos. Descobri uma loja que será a minha perdição, tomei o primeiro banho de mar português este ano, ficamos na praia até às oito. Fizemos um jantar de inauguração. Descobrimos que vamos ser tios emprestados de gémeos. Nasceu hoje a M., primeira sobrinha emprestada, o mais recente membro do grupo. As investidas como cupido não foram lá essas coisas. Voltamos ao Casanostra. Eu voltei ao Tribunal. A propósito, o código de processo civil foi imensamente alterado. Continuo a ir ao ginásio diariamente, o que me deixa feliz. Maria Biquelina, no entanto, tem estado parada. Adoro andar em casa descalça. Ainda me lembro de quando a minha mãe me dizia que não o devia fazer. A J. e o N. vão ser nossos vizinhos, abriu algures uma padaria portuguesa e ainda não estive nos saldos. Fui ao Lux. Continuamos a insistir no Bairro, sob protesto. Atravessei a 25 de Abril e a Vasco da Gama, estou verdadeiramente orgulhosa do meu poder de orientação na estrada. Fui obrigada a faltar à apresentação da candidatura de um grande amigo. Continuo a ter saudades deles. O ninho também me faz falta. Em Setembro, a M. vem viver para Lisboa e somos agora quatro os membros da família. A F. fez as cadeiras todas. Continuamos a trabalhar dez horas por dia mas não nos acomodamos. O P. ia a Miami, depois do Brasil, da S. Francisco e do Mundo. No próximo sábado vamos fazer mergulho. Estou apaixonada pelos bulldogs franceses. E pelo sol, e pelo Verão. Vou ter apenas uma semana de férias. Mas já só faltam cinco.