Se calhar - mas só se calhar - o meu homem é que tem razão...!

Ali no pré Natal (do Natal propriamente dito e não do nascimento das minhas crianças), eu já tinha comprado umas seis prendas para cada uma para receberem em nossa casa. Sabia que a estas se iam somar as que recebiam no Natal da família toda e na troca de prendas em casa dos meus pais (que é uma loucura), bem como a todas as prendas que vão recebendo aqui e ali, de amigos. Ainda assim, tenho esta imagem de criança de ir dormir com a árvore vazia e de acordar com ela carregada de prendas para todos e há muita magia de Natal nisto. Além disso, as minhas filhas são o maior amor da nossa vida, a quem daria o mundo e os planetas, por isso sim, tenho muita vontade de as encher de prendas porque elas merecem tudo.

(Parêntesis para dizer que está bastante claro nesta família que o Natal não são só prendas).

Continuando.
Já tinha eu cinco ou seis coisas e ali nas vésperas colocou-se a questão (colocou o P.) de, de facto, ser um tanto ou quanto exagerado dar tantas prendas e que se calhar devíamos reduzir. Ficamos ali na opinião de um, opinião de outro, acabamos por tirar uma coisa cá de casa e outra de casa dos meus pais - mas ainda assim elas em 24 horas receberam dezenas de prendas.

E o que aconteceu?
Não ligaram a nada.
Claro que ficam imensamente entusiasmadas de abrir todas as coisas mas como é tanta coisa, não se fixam em nenhuma. Portanto acharam piada a uma ou outra coisa, mas não houve aquele encantamento de ter uma prenda. Foi obviamente o momento em que o homem pensou "eu bem avisei...!" mas em que eu fiz de conta que não percebi.

Passou o Natal, passou o ano novo, estivemos de férias ainda uma semana e entretanto eu regressei ao trabalho, de onde já a entrar na segunda semana de Janeiro trouxe uma prenda para cada uma, dada pela empresa (sim, os maiores fofos!). Cheguei a casa com elas, um bebé com roupinhas e acessórios para cada uma e foi um amor que não se imagina! Quinze dias depois elas ainda brincam todos os dias com os bebés, levam-nos para todo o lado e - imagine-se - dormem com eles. Claro que neste momento, além de ter pensado, o meu homem frisou esta realidade de terem tido só uma coisa e de lhe terem dado verdadeiro valor.

Por isso sim, talvez (mas só talvez!) ele tenha razão e eu deva colocar um alerta na minha vida que algures em Dezembro me recorde que em vez de lhes comprar coisas infinitas, devo comprar uma só. Isso e agradecer mais vezes ao homem que de vez em quando (mas só de vez em quando!) tem razão!

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