Para sempre a gordura e a magreza..
A nossa filha C. é um bom garfo; ou melhor dizendo, é um garfo como os pais. Gosta de comer, de petiscar, de doces e salgados, de bolos e chocolates, mas de comida e petiscos, sobremesas e pratos principais. E come muito bem, às vezes mais do que nós.
Há já algum tempo que vínhamos sentindo alguma preocupação em relação ao peso dela, que parecia ser mais alto do que deveria, mas foi só em Janeiro que ao pesá-la no centro de saúde, consegui ver que o percentil peso está nos 97% (mas o de altura, normal). E que depois, ao ler um pouco mais sobre o tema, constatei que este percentil é de obesidade. Isto assustou-me bastante. Como é público, quando eu era pequena tinha um peso para lá de obeso (com dez anos pesava sessenta e cinco quilos) e isso foi algo com que foi muito difícil lidar, tendo em conta em especial as outras crianças (que são más). Do que vejo da relação da C. com os amigos, não acho que façam pouco dela ou a tratem mal, mas ouvi já uma das amigas dizer que as calças lhe estavam a cair porque ela "tinha a barriga grande." Acho que não há ainda maldade nestas observações, mas eles já o conseguem ver. E a C. também. A propósito de uma coisa que ela perguntou, acabou ela própria a dizer "eu sou um bocadinho gordinha.". E isto partiu-me o coração. Claro que o que mais quero na vida é que a minha filha seja saudável, mas ao mesmo tempo não quero que ela passe o que eu passei. E no fundo foi a combinação destes dois factores que nos levou à resolução de ano novo cá de casa.
Regressamos à escola e trabalho com um único dia da semana em que temos direito a comer uma coisa menos saudável e escolhemos o sábado.
No primeiro dia das asneiras tivemos um almoço de amigos e a C. escolheu uma fatia de bolo de chocolate. E nesse mesmo dia houve um jantar de aniversário mas portamo-nos todos bem. No dia de asneiras seguinte, comemos panquecas com mel.
Nos outros dias da semana não há doces nem porcarias. Comemos saudável e bem (sem sermos fundamentalistas). E estou a melhorar, em especial em quantidade, os lanches da C. Agora leva todos os dias uma peça de fruta e quando lancha em casa (segundo lanche), acabou-se o pão (às vezes era o terceiro do dia) e as bolachas (ainda que sempre água e sal) e há só fruta.
Visualmente parece ter menos volume (no final do ano, com todas as festividades e desgraças alimentares, a barriguinha dela estava um balão) e o melhor de tudo é que ela continua bem disposta e feliz, comprometida com este objectivo - que de resto só nos faz bem a todos!
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