Do ensaio sobre a cegueira à greve dos combustíveis
Está o fim do mundo instalado. Literalmente.
E eu, que tenho um hábito péssimo no que ao abastecimento dos carros diz respeito, sofri bastante.
Passo a explicar.
Cá em casa temos dois carros, que genericamente tratamos como o meu e o dele, embora não seja uma regra estanque. Esta semana o meu homem está para fora e na segunda-feira, como habitual, eu saí de casa com o meu carro.
Ora nessa mesma segunda-feira, o próprio do meu carro apitou que estava na reserva. Mas eu continuei a andar com ele e estiquei, estiquei, estiquei. Tanto estiquei que aquela informação "autonomia x km", passou - coisa que nunca me tinha acontecido - a dizer "zero" e a piscar. Conclusão, desci a última rua antes de casa em ponto morto, jurando que assim que chegasse à bomba (que fica à porta de casa) ia abastecer. Contudo tal não aconteceu. Estacionei na garagem porque estava em cima da hora de ir buscar a C. e no dia seguinte em vez de sair de manhã com o meu carro directa à bomba de gasolina, como estava atrasada pensei "pronto, vou no carro dele." Este é de resto o meu péssimo hábito no que ao abastecimento dos carros diz respeito: acontece muitas vezes eu esgotar um depósito e depois em vez de encher, ir esgotar o outro.
Foi só na terça-feira de tarde que me apercebi do drama, horror, caos instalado no mundo, em particular Portugal a propósito da falta de combustível. Isto quando o meu carro estava barricado na garagem, sem autonomia e o do meu homem ter um quarto de depósito. Nisto, a bomba ao lado de casa fechou as portas por falta de combustível e as duas bombas onde fui a seguir não tinham gasóleo.
Foi aqui que fiquei realmente preocupada. Nós damos tudo como adquirido e de repente os carros estão em vias de não andarem e não há gasóleo. Eram onze e dez da noite quando entrei numa bomba no fim do mundo que aparentemente ainda abastecia e meia noite e meia quando saí com o carro atestado. Uma hora e vinte depois. E só resolvi um carro, que nem se quer foi o meu, que neste momento não consegue chegar a nenhuma outra bomba que não seja a que está à porta de casa a qual, repito, encerrou portas até novas ordens.
Coisas boas deste filme?
Primeiro só me lembrava do ensaio sobre a cegueira, o filme. Não sei dizer porquê mas há um paralelo. E uma chamada à atenção de vez em quando, tem as suas vantagens.
Depois, o meu homem reclama deste meu mau hábito de gastar um depósito e depois ir gastar o outro (para depois ele encher os dois) e ele tem toda a razão, vai daqui a minha vénia. Não está certo, por todas as razões, mas sobretudo porque ter carros na reserva não é fixe (o meu pequeno ainda lá está, parado e quieto na garagem, sem saber quando volta a ver a luz do dia).
Por isso, aprendi uma grande lição. Não se ama alguém que não ouve a mesma canção, certo. Mas, igualmente importante, sempre que o depósito chegar a metade, devo abastecer. A ver se não me esqueço!
3 Coisas dos outros
Não digo chegar a metade, que se não não fazes outra vida! Mas deixar assim "no casco", não convém! :D
ResponderEliminarEu costumo atestar uma vez por mês e assim nunca fica na reserva, por isso é que esta greve não me causou qualquer transtorno.
ResponderEliminarUi deixar chegar à reserva assim não xD Nunca se sabe quando podes precisar do carro e lá está não há gasolina. E os meus pais stressados por terem o tanque a meio xD
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