O sonho do celta



Já li este livro há alguns meses atrás, embora ainda em 2012, mas fui deixando o comentário sempre para mais tarde, por não ser fácil. Não foi um amor daqueles, mas também não posso dizer que não gostei. É um livro duro, pesado, sobre a história de Robert Casement, cônsul britânico, e as suas viagens ao Congo e Peru, onde viveu (e relatou) as graves violações aos direitos humanos que por aí se praticaram, nos primeiros anos de 1900.

A história é contada na primeira pessoa, a partir de uma prisão de Londres, onde passou os últimos meses de vida, enquanto aguardava a execução por traição à Pátria. Durante esse período, foi recebendo visitas de amigos, cujas histórias fazem parte da sua e que ajudam a personagem a compreender os últimos desenvolvimentos de uma luta que planeou mas não viu acontecer.

Para além da dureza dos relatos que Casement vai fazendo dos horrores que vive, o livro conta ainda com episódios dos seus "black diaries", onde (alegadamente) foi reduzindo a escrito situações reais ou imaginadas ligadas à sua vida sexual, pouco convencional, tais como encontros sexuais vários com homens mais novos, a troco de dinheiro.

A escrita e a própria estrutura do livro são interessantes, mas o conteúdo, para quem prefere livros mais leves e agradáveis (porque para pesada já chega a vida) como eu, não é a melhor escolha. Em todo o caso, e uma vez que sai um bocadinho do meu registo habitual, não foi uma má opção e não deixa de ser um bom livro e uma boa aposta para quem gosta de histórias reais.

0 Coisas dos outros