Sabem o que é que eu noto?

Quando os dias são sempre iguais, a nossa cabeça é sempre igual.
Há dias falávamos sobre a dificuldade de encaixar uma coisa diferente na rotina e é difícil. É mesmo difícil. Estou há dois anos para organizar a garagem e estive dois meses para arrumar roupas antigas das miúdas. Mas depois acordo, arranjo-me, tomo pequeno-almoço, dou leite à I., trato da C. levo-a à escola, trabalho, vou buscá-lo, brincamos, tomamos banho, jantamos, vou deitá-las e passam os dias sem que me aperceba e sem conseguir travar o seu correr para lá encaixar outra coisa qualquer. Estamos presos. As semanas voam. Nunca se falou tanto da necessidade de tempo como agora e eu, que até sou privilegiada, estou inteiramente de acordo.

O facto de estar num relacionamento sério com a rotina dos dias dá pouca margem de manobra à minha cabeça para pensar do lado de fora. E isto tem efeito bola de neve porque se perde em criatividade e capacidade construtiva. E é por isto - e isto tudo foi para chegar aqui - que este cantinho à beira da blogspot plantado, está na rua da amargura.

1 Coisas dos outros

  1. Todos nos queixamos disso mesmo, da falta de tempo e que os dias têm poucas horas para o tanto que gostaríamos de fazer, acho que vai ser sempre assim, somos eternos refilões.

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