09 agosto, 2017

Mudar (esse verbo difícil)

Não tenho especial gosto pelo fim de Agosto (excepção feita às agendas) mas este ano evito especialmente pensar no fim do mês.
Grandes mudanças se aproximam e eu tão aversa à mudança.

A verdade é que nos três (ou quatro) meses que se seguem, a minha filha vai pela primeira vez para a escola e vamos ter um bebé. Bem sei que são acontecimentos separados por algum tempo (o início da escola é em Setembro e o nascimento - em correndo tudo bem - em Janeiro) mas faz tudo parte do último trimestre do ano (a previsão de Janeiro é para o início, que é quase Dezembro).

Claro que estamos a falar de coisas boas; caramba! Sempre quís ter muitos filhos e sei que eles têm de ir para a escola. Mas o aproximar das coisas torna-as totalmente reais e obriga-me a pensar nelas.

Tenho medo que a C. não se adapte à escola. Pior, tenho medo que sofra com as maldades dos outros, ela que não tem um pingo de maldade, que é a menina mais querida e doce que existe, que compreende tudo mas que não faz ideia o que é lutar, bater, apanhar. Tenho medo que a magoem. Não consigo deixar de pensar no meu quinto ano e em que como sofri com a nova escola e os novos colegas (bem sei que tinha dez anos e ela três mas as crianças são más em todas as idades). A ideia da minha filha a sofrer parte-me o coração em mil bocados. Faz parte da vida, de crescer, será necessário, formará carácter. Mas ela é o meu bebé e nenhum ensinamento do mundo justificará o sofrimento dela. O facto de ela falar perfeitamente e se explicar na perfeição, faz-me acreditar que nos contará o dia e como as coisas correram e que isso nos vai ajudar a perceber a adaptação. Mas mesmo assim, faltam três (três?!) semanas e estou de alma apertada. Não quero que chegue o fim do mês. Podemos ir devagar por favor?

1 comentário:

  1. Como te entendo. A minha filha tb vai entrar em setembro na escola. Estou a tentar fazer um período de adaptação / familiarização agora em Agosto, mas tenho meu coração apertado, com os mesmos receios que tu.
    É difícil... tão difícil!

    ResponderEliminar